sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Dificuldade vs. Responsabilidade

O professor de teologia sistemática mais exímio do primeiro século não teve o fim mais cómodo para a sua vida, no entanto mesmo no leito de dificuldade, ele nos deixou um claro ensinamente sobre responsabilidade. Estou a falar do apóstolo Paulo. 

Apesar de não ser correto fazer teologia apenas sobre uma só passagem, a praticidade dos conselhos de Paulo, até em um simples pedido de oração, impele-nos a levar isso para a nossa vida e reger a nossa vida por essa norma.

No final da carta as Efésios, após um relato sobre a guerra espiritual, Paulo de uma maneira muito singela pede aos crentes que para além de orar por eles, orem por todos os outros santos, e por ele. Para nos situarmos no contexto histórico, Paulo estava preso por pregar o evangelho, e seria mais tarde entregue para morte no Coliseu em Roma. Dos muitos pedidos de orações que Paulo poderia ter, o facto de Paulo estar tão focado em Deus e na Sua missão faz apenas que faça este pedido:

"Orem também por mim, para que, quando eu falar, seja-me dada a mensagem a fim de que, destemidamente, torne conhecido o mistério do evangelho,pelo qual sou embaixador preso em correntes. Orem para que, permanecendo nele, eu fale com coragem, como me cumpre fazer." Efésios 6:19-20

Paulo poderia ter pedido que os crentes orassem pela sua segurança, ou pela sua libertação, e quem sabe se em secreto ele orasse isso (pois não haveria mal nenhum!), mas mais que importante que isso é que a situação que Paulo se encontrava não o impedia de continuar a realizar o chamado da sua vida -  pregar o mistério do evangelho, e por isso o motivo da sua oração é apenas para isso. Por outras palavras, as dificuldade de Paulo não impediam as suas responsabilidade para com Deus nem para com o evangelho e por isso, maior que a dificuldade acrescida de estar encarcerado era o forte chamado dado por Deus do qual não poderia fugir à sua responsabilidade.
Isto nos leva a refletir que não há dificuldade que apareça que desculpe a nossa displicência em fazer aquilo que é o nosso chamado. Se o chamado que temos é Deus que nos deu, então por qualquer sítio que vamos, Ele é providenciador para que as coisas continuem a ser feitas. Provavelmente, não nas nossas condições ideias, nem da maneira que costumamos fazer, mas nós temos a responsabilidade de continuar a cumprir, da mesma maneira que Deus se mantém fiel às suas promessas conosco.

Assim, perante uma circunstância de dificuldade, seja ela qual for: quer seja doença ou crise, falta de tempo ou até ameaça de morte, a nossa responsabilidade perante Deus e perante o que Ele nos deu para fazer não é algo opcional, mas sim algo que nos ajuda a manter o nosso propósito de vida quando todas as outras coisas mudaram.

Sem comentários:

Enviar um comentário