segunda-feira, 25 de julho de 2016

Quando a falha somos nós próprios

Não sei se alguma vez se depararam com uma situação onde a falha parte e é mesmo o nosso próprio ser. Somos seres humanos falhos e não podemos esquecer isso. Mas perante esta situação questiono-me ''Como posso lidar com as minhas falhas quando elas são parte integrante do meu ser?".
Na Bíblia existe um grande apóstolo que fala sobre isto. Ele impressiona-me quando, apesar de ser um grande exemplo, fala na carta aos Filipenses 4: 11-13 que tanto sabe viver honrado, como humilhado e que ambas podem ser possíveis mesmo dentro da vontade de Deus. Saber quando falho, quando não atinjo os meus objectivos, mesmo quando penso que os tenho centrados para a glória do Pai, Deus também fala, também age e também está disposto a transformar-me mais igual a Ele. Deus pode humilhar-me para que Ele seja exaltado e para que eu veja mais o Seu amor na minha vida. Todavia, isto parece um grande paradoxo, eu sei.
É preciso coragem, muita coragem para reconhecer que a falha pode estar em mim própria. Que eu estou errada e que tenho de mudar e não as circunstâncias à minha volta. Porém Deus vê uma tela tão maior da nossa vida, tem objetivos tão maiores do que os nossos e mesmo assim continuo a duvidar tantas vezes.
Mesmo quando dói, quando a humildade é o valor que temos mais a assimilar num dia só, e quando vemos a vida tão perto do chão que só nos apetece chorar...podemos ver além disto uma esperança. Já dizia Mariza num dos seus mais recentes singles ''É preciso perder p'ra depois se ganhar, e mesmo sem ver, acreditar.'' Acredito que as minhas falhas ainda possam ser um reflexo da moldagem de Deus na minha vida.A doença, as tragédias, a tristeza, a desilusão comigo mesma, possam ser formas que Deus me mostra mais de quem Ele é e de como dependo dEle a cada dia. Mas ainda depende de mim querer mudar ou ficar estagnada na minha desilusão.
Coragem, para que a decisão possa ser mudar mais e mais a cada dia, para que cada um de nós possa ser mais igual a Cristo e não mais igual a um ser humano agarrado ao seu lamento.

domingo, 31 de agosto de 2014

Esperança



"A esperança é para nós qual âncora de alma..." (Hebreus 6:19)

Quando nos falta a esperança preferimos entulhar a nossa vida com coisas que possam esconder os problemas e onde possamos encontrar esperança vã. Chega de procurar "coisas" e "pessoas" em primeiro lugar para que elas possam ocupar a nossa mente e renovar a nossa esperança em um caso quase perdido. Chega! Apenas uma coisa é precisa: Cristo.

Quando nos faltar a esperança o que devemos procurar para encher a nossa mente é Cristo. Se nada ocorrer na nossa mente pensamos na história de Cristo pela humanidade, e por cada um de nós. O amor grandioso de Cristo na cruz não fará desistir de luta!
Ele tudo conseguiu até aqui, inclusive a morte, como tudo pode sempre. 
E ninguém consegue desistir perante o amor da cruz, perante Jesus a viver nas nossas vidas. Tão somente temos que pensar em Cristo, Cristo acima de tudo! 

Toda a esperança é renovada olhando para Cristo na cruz, porque a cada gota de sangue escorrido sempre foi, é e sempre será uma oportunidade de esperança para o aflito.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Sabedoria: remindo o tempo



Estudar o livro de Efésios tem sido das melhores coisas feitas este ano letivo. Mas entender a profundidade dos escritos de Paulo só tem validade de soubermos aplicar corretamente à nossa vida e projetar também esses conhecimentos na nossa comunidade. Assim, tem sido um desafio transportar aquilo que se escreve no papel para uma comunidade com mais de 50 anos que está habituada a beber apenas o leite. Hoje ficou o desafio de falar sobre Efésios 5:15-17, dois versículos que mudam o nosso curso de vida.

Efésios é dividido em duas partes, uma teórica do capítulo 1 ao 3 em que encontramos a ação de Deus nas nossas vidas, e a parte prática nos restantes capítulos sobre a nossa ação como resposta à ação de Deus nas nossas vidas. Uma palavra que é transversal à quase toda a parte prática é a palavra “andar”. E se Paulo a repete 8 vezes no espaço de 2 capítulos ela deve pelo menos considerar a nossa atenção. 
Desde o Antigo Testamento que a palavra de Deus fala sobre o andar os filhos de Deus ou dos ímpios (Sl 78:10, 119:35, Jr 14:10, etc.). Mas consideremos o andar ensinado por Paulo. Em Efésios 2:2, 10, 4:1, 17 (2 vezes), 5:2,8, 15 é nos explicado que o andar é manifestado numa vida piedosa, e não é que nós somos salvos por alguma coisa que façamos, mas somos salvos para que façamos alguma coisa. (2:10). 


“O que é que mudavas em ti? Eu não mudaria nada!” Que total ignorância da nossa parte se proferirmos isto! Deus alegra-se de corações quebrantados porque eles sabem que tem que mudar. Até Paulo, das pessoas mais idóneas e entendidas no assunto sabia que ele estava propenso a andar mal – “quando quero fazer o bem, aí é que não faço” (Rm 7:15). Como filhos do Deus vivo, deveremos estar conscientes que temos que nos esforçar para andarmos bem. Ele nos chamou para ser louvor da Sua glória, e isso passa pela busca de um andar digno da Sua vocação (4:1). Não sejamos arrogantes acerca do nosso andar duvidoso, quebrantemos o nosso coração para que tracemos o caminho que Ele de antemão preparou.


 “Portanto,

Vede prudentemente como andais,

Não como néscios,

Mas como sábios,

Remindo o tempo, porquanto os dias são maus.

Por isso,

Não sejais insensatos,

Mas entendei qual seja a vontade de Deus.” Efésios 5:15-17



Paulo exorta para que não andemos como néscios mas como sábios, também porque esta é a vontade de Deus. A vontade de Deus aqui não está relacionada com algo em particular, como casamento, estudos, namoro, mas com a vontade de Deus para que o nosso comportamento reflita os boas obras para a quais Deus já nos preparou. Se colocássemos estes versículos em duas perguntas poderíamos dizer: 


Como é o nosso andar, será ele tolo?

Como estamos a gastar o nosso tempo?


Paulo já tinha alertado sobre condutas que deveriam abandonar os cristãos, como a mentira, avareza, prostituição, ressentimentos, conversas não edificantes, porque elas são próprias de um andar tolo. Ao invés disso, os crentes deveriam procurar um andar sábio que é pautado por um andar que aproveita todo o seu tempo, dado que os dias são maus.

E aqui há uma escolha. Como sempre na Bíblia há dois lados, dois caminhos, duas opções e dois modos. Ou estamos a aproveitar o nosso tempo para fazer o que é bom, ou estamos a aproveitá-lo com coisas tolas. Se é a segunda opção, então o andar é tolo.

Podemos perguntar, se os dias são maus, ou seja controlados pelas forças malignas, como estamos a aproveitar o nosso tempo? A maneira como aproveitamos o nosso tempo é que dita o nosso andar: inteligente ou tolo.


- Aproveitamos o tempo para ganhar dinheiro para nós quando há pessoas que não tem acesso a uma Bíblia sequer. E a nossa conta bancária cresce, cresce, cresce.

- Aproveitamos o tempo para ganhar dinheiro, ou como diria a minha mãe, para andar “fula fula” quando os nossos colegas ainda não ouviram da nossa boca algo sobre Cristo.


Paulo não está a falar sobre minutos mas aproveitar todo o tempo que temos para colocar tudo diante de Deus.

Devemos aproveitar tudo o nosso tempo para adorarmos a Deus, mesmo estando a trabalhar, devemos crescer no conhecimento de Cristo mesmo que estejamos fora da igreja, e devemos atentar para a vida espiritual dos outros mesmo durante a nossa vida quotidiana. Isso é aproveitar o tempo. A nossa divisão entre o que é divino e secular (uma coisa é igreja de domingo, outra coisa é a minha vida semanal) espelha um andar tolo, porque se fossemos sábios nós quereríamos dar todo o nosso tempo a Deus, porque é Ele que providencia todas as coisas para a nossa vida. Isto não significa ficar ocioso, mas onde Deus nos colocar aí é a nossa área de serviço cristão. Esta é a maneira de aproveitar o tempo. Deus não quer nada mais nada menos que todo o nosso tempo para o servir querendo utilizar-nos em cada área da nossa vida para ser Sua glória e bênção para os outros. Este é o andar sábio que é a resposta a toda a ação de Deus.

Certa vez, Jesus contou a parábola do rico insensato. Um homem que escolheu passar a sua vida a trabalhar para comer e beber. “Comamos e bebamos que amanhã morrermos”. Jesus chamou-lhe: “Louco”. Se calhar não é assim tão diferente connosco. Que tipo de vida andamos nós a levar? Como estamos a aproveitar o nosso tempo? Em Tiago 4:17 diz que “Aquele pois que sabe fazer o bem, e não o faz, comete pecado.”

Deus não se agrada de pessoas que passam o tempo a andar como loucos. Se Cristo contasse uma parábola utilizando a nossa vida, qual seria a resposta de Cristo: louco ou sábio?

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Trabalho cristão

''O trabalho que é cristão terá cinco qualidades: (1) cumpre a criação, (2) busca a excelência, (3) reflete santidade, (4) demonstra redenção e (5) avança em missões.''


http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/671/Como_a_Graca_Deveria_Impactar_a_Execucao_do_seu_Trabalho

domingo, 20 de abril de 2014

A morte não O podia guardar



Sexta-feira já passou. O povo estava comemorando a antiga aliança, inconscientes que essa já tinha sucumbido aos pés da nova. Véu rasgado, o sol já brilhava de novo. O sangue dos cordeiros, os pães asmos e as ervas amargas recheavam o centro das festividades - a libertação do povo do Senhor da terra do Egipto. Mal eles sabiam que tinham acabado de ser libertos de uma escravidão maior, a escravidão da alma, aquela que os prendia ao seu passado pecador, a uma corrupção herdada desde os tempos da antiguidade. Escravos dos seus vicíos, escravos do legalismo vazio nos seus corações, escravos de tudo o que os fazia beber e comer em detrimento da adoração a seu Deus, escravos da hipocrisia e xenofobia perante os outros povos. No fim de contas, não eram somente escravos de Roma. Mas estavam adormecidos para esta realidade. Se eles tão somente soubessem que o Messias que seus pais lhe falavam esteve no meio deles para os livrar...Ele veio para eles, mas eles não o receberam...Se eles tão somente procurassem conhecê-lo melhor teriam-no poupado aquela morte tão cruel? Não, Ele teria que morrer, porque Ele era o cordeiro que teria que ser levado para o matadouro, para expiar o pecado. E ele assim o fez, mesmo perante toda a apatia daquela gente. Não eram merecedores...Eles nunca foram, como também nunca viriam a ser, mas tal era o amor de um Pai tão grande.
Depois daquela sexta-feira cruel e dolorosa voltou a reinar a indiferença. O morto já não estava na cruz, os seus seguidores reunidos numa casa apavorados de medo, podia-se continuar a festa. Era tempo de alegria: "Aleluia à libertação do povo de Deus"! Qualquer que fosse a sua comemoração, qualquer que fosse o seu brado de vitória pelo seu passado, não se comparou ao brado de vitória dado no tumulo fechado - o tumulo que continha o morto daquela cruz, o Rei dos Judeus. Ele já não era morto. Ele já não era um corpo ensanguentado pelo pecados deles. O poder da morte nunca foi e não podia ser um problema para o Rei dos Judeus. O Seu poder criador dos céus e terra, a sua existência antes da morte tornava-o maior. Nada na vida, nada na morte o podia impedir de ser O vencedor! Dentro daquele túmulo, quando Ele ressurgiu da morte foi tempo de alegria, foi tempo de glória, foi tempo de exaltar o Rei dos Judeus, o Cristo, o Messias. Quando a pedra se rodou nada mais o podia prender e o brado de júbilo é dito com voz triunfante:" Aleluia à libertação do povo de Deus!" 

Se a morte de Cristo não é o suficiente para acreditar que Ele traz libertação, saber que alguém venceu a própria morte é pelo menos um motivo para procurar mais acerca do Rei dos Judeus. Qualquer que seja a escravidão por qual o homem pode passar, confiar em alguém que tem poder para vencer a morte, embora que seja loucura para muitos, será sempre a melhor coisa a fazer.

sábado, 19 de abril de 2014

Sofrimento que trouxe vida


Estamos na época da Páscoa, e celebramos o facto de Jesus ter morrido numa cruz por nós e ter ressuscitado ao 3º dia. Mas, haveria mesmo necessidade de Cristo morrer? Encontramos resposta para isso na expiação, isto é, '' a obra que Cristo realizou em Sua vida e morte para obter a nossa SALVAÇÃO''. A causa desta expiação é o amor incondicional de Deus pela humanidade perdida (João 3:16) e a Sua justiça divina (Rm 3:25,26).
A morte de Jesus foi a morte mais terrível que já existiu (mas também a única que nos daria acesso ao Pai). Jesus sofreu de uma forma tão cruel, e de tão diversas formas que jamais um ser humano conseguiria suportar:
 -Cristo sofreu a dor e morte física, pois a crucificação era a forma mais cruel de tortura e morte;
- Cristo sofreu a dor de carregar o pecado de toda a humanidade, pois sendo Ele perfeitamente Santo, Ele carregara em Si o oposto do Seu carácter e ser;
- Cristo sofreu a dor do abandono, e não só dos discípulos. Deus sendo tão puro, não poderia se quer ver pecado (Hb 1:13), e assim Cristo sofreu o abandono da Sua força interior e alegria, sofreu a separação espiritual com o Pai.
- Cristo sofreu a dor de suportar a ira de Deus sobre si, pois todos os pecados desde a criação da Humanidade estavam com Ele.

Cristo morreu de única vez por mim, por ti e por toda a humanidade, para que pudéssemos obter perdão dos nossos pecados e assim sermos dignos de ter comunhão com Deus. Não é uma graça incondicional?

1Quem acreditou naquilo que ouvimos?
A quem foi revelada a intervenção do Senhor?
2O servo cresceu diante do Senhor
como um simples rebento,
ou raiz em terra árida sem aparências nem beleza
para poder dar nas vistas.
O seu aspeto não tinha qualquer atrativo.
3Era desprezado e abandonado pelos homens,
como alguém cheio de dores e habituado ao sofrimento,
e para o qual se evita olhar.
Era desprezado e tratado sem nenhuma consideração.
4Na verdade ele suportava os nossos sofrimentos
e carregava as dores, que nos eram devidas.
E nós pensávamos que Deus
é que assim o castigava e humilhava duramente.
5Mas ele foi trespassado por causa das nossas faltas,
aniquilado por causa das nossas culpas.
O castigo que nos devia redimir caiu sobre ele;
ele recebeu os golpes e nós fomos poupados.
6Todos nós vagueávamos como rebanho perdido,
cada qual seguindo o seu caminho;
mas o Senhor carregou sobre ele
as consequências de todas as nossas faltas.
7Foi vexado e humilhado,
mas a sua boca não se abriu para protestar;
como um cordeiro que é levado ao matadouro
ou como uma ovelha emudecida nas mãos do tosquiador,
a sua boca não se abriu para protestar.
8Levaram-no à força e sem resistência nem defesa;
quem é que se preocupou com a sua sorte?
De facto, foi suprimido da terra dos vivos,
mas por causa dos pecados do meu povo
é que ele foi maltratado.
9Foi-lhe dada sepultura entre os ímpios
e um túmulo entre os malfeitores,
embora não tenha cometido qualquer crime,
nem praticado qualquer fraude.
10Mas o Senhor quis esmagá-lo com o sofrimento,
para que a sua vida fosse uma oferta de expiação.
Mas o servo verá a sua descendência
e viverá por muito tempo,
e o desígnio do Senhor realizar-se-á por meio dele.
11Por causa do sofrimento da sua vida verá a recompensa,
e ficará satisfeito com a experiência que teve.
«O meu servo, que é justo,
fará com que muitos se tornem justos diante de mim,
pois ele mesmo carregou com os crimes deles.
12Por isso, receberá a sua parte entre os grandes
e repartirá os despojos com os mais poderosos,
já que expôs a sua vida à morte
e foi contado entre os malfeitores,
ele que carregou com o pecado de muitos
e intercedeu pelos pecadores.»
(Isaías 53, versão a Bíblia para todos).